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Notícia

Com juro estável, papéis prefixados ganham atratividade

Fundos de renda fixa, CDBs e outros papéis prefixados tendem a conservar os juros elevados por mais tempo

Autor: Toni SciarrettaFonte: Folha de S.Paulo

Com a perspectiva de juros estáveis novamente na economia, fundos DI e títulos da dívida pública pós-fixados atrelados à taxa Selic começam a perder sua atratividade, segundo analistas.

Quando isso ocorre, voltam a ficar interessantes os fundos de renda fixa, CDBs e demais papéis prefixados, que tendem a conservar juros elevados por mais tempo.

A atratividade das aplicações prefixadas aumenta se surgir a possibilidade de redução nos juros.

Nos últimos 30 dias, a captação dos fundos de renda fixa (que compram papéis prefixados) aumentou R$ 1,58 bilhão, enquanto os fundos DI (compram pós-fixados) perderam R$ 709,5 milhões.

Os fundos DI tiveram retorno bruto de 9,36% em um ano, enquanto os de renda fixa já subiram 10,5%.

CUSTOS

A rentabilidade das aplicações que acompanham os juros melhorou com o aumento da taxa Selic de 8,75% ao ano, em abril, para os 10,75% atuais. No entanto, as taxas de administração dos fundos continuam corroendo parte significativa dos ganhos.

Cálculos do matemático José Dutra indicam que fundos com taxas a partir de 3% oferecem ganhos inferiores aos da poupança.

Já os fundos com taxas de 2% só garantem rentabilidade maior do que a da poupança se o dinheiro ficar investido por mais de um ano.

Se o investidor resgatar antes, paga 22,5% (antes de seis meses) ou 20% (seis meses a um ano). Entre um e dois anos, o IR é de 17,5%; após dois anos, cai para 15%.

Para o diretor de Tesouraria do Banco Prosper, Jorge Knauer, é difícil pequenos investidores encontrarem fundos com taxa abaixo de 2,5% nos bancos de varejo.

Knauer recomenda diversificar as aplicações comprando diretamente títulos públicos no site do Tesouro (www.tesourodireto.gov.br).

O investimento pode ser feito a partir de R$ 100, mas é preciso ter conta em uma corretora ou banco. A maioria cobra 0,5% de taxa.

"A LTN (título prefixado) com vencimento em janeiro de 2012 oferece rentabilidade de 11,46%. Mesmo que o Banco Central eleve os juros, há uma diferença relevante em relação à Selic atual", afirma.

O economista Gilberto Braga, professor do Ibmec-RJ, aposta na manutenção da Selic até o primeiro trimestre de 2011. Por isso, considera que os títulos prefixados devem render mais.

Ele ressalta que o Tesouro é mais recomendado para quem pode deixar o dinheiro por mais tempo.