• Conheça nosso jeito de fazer contabilidade

    Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Vestibulum sit amet maximus nisl. Aliquam eu metus elit. Suspendisse euismod efficitur augue sit amet varius. Nam euismod consectetur dolor et pellentesque. Ut scelerisque auctor nisl ac lacinia. Sed dictum tincidunt nunc, et rhoncus elit

    Entenda como fazemos...

Notícia

Idade mínima e 15 anos de contribuição: governo apresenta nova reforma da Previdência

Em busca de apoio, presidente Temer recebe parlamentares da base aliada em jantar no Palácio do Alvorada e revela minuta com texto mais enxuto da reforma da Previdência

O relator da reforma da Previdência, o deputado Arthur Maia (PPS-BA), apresentou o novo texto da proposta de emenda constitucional (PEC) 287 aos parlamentares da base aliada durante jantar promovido pelo presidente Michel Temer no Palácio da Alvorada na noite desta quarta-feira (22). Além dos congressistas, ministros do governo também compareceram ao evento.

Nunca foi tão importante estar bem informado.Sua assinatura financia o bom jornalismo.

Maia apresentou aos deputados seis slides, com um resumo das principais mudanças na Previdência e distribuiu texto com 25 páginas do teor da nova proposta. Uma das principais alterações é a redução de 25 anos para 15 anos do tempo mínimo de contribuição para requerer a aposentadoria parcial (60% do benefício) no Regime Geral da Previdência. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, havia antecipado esse ponto do texto. O tempo mínimo de contribuição dos servidores permanece em 25 anos (70% do benefício).

Pela nova regra de cálculo do benefício, para ter acesso a 100% do teto da aposentadoria, o tempo de contribuição dos beneficiários do regime geral e do serviço público será de 40 anos. A idade mínima para aposentadoria nos dois regimes foi mantida em 65 anos para homens e 62 para mulheres. Professores e policiais poderão requerer a aposentadoria aos 60 anos e 55 anos, nesta ordem, independentemente do gênero.

O material de apresentação do relator fala em unicidade de tratamento entre servidores públicos e os do setor privado e diz que as idades de aposentadoria entre os dois estão equivalentes. Na linha de propaganda de que vai cortar privilégios, numa crítica aos benefícios dos servidores públicos, o governo diz que as idades são mais rígidas para o funcionalismo na fase de transição.

Uma preocupação de parlamentares que atuam nas áreas sociais era com o pagamento do BPC (Benefício de Prestação Continuada, pago a idosos e pessoas com deficiência pobres). A apresentação do relator fala que todas as alterações feitas nesse benefício na comissão especial serão suprimidas. Assim, permanecerá garantido o valor de um salário à pessoa portadora de deficiência e ao idoso sem condições de prover sua sobrevivência.

Já aposentadoria rural também não sofrerá mudança. Homens continuarão a se aposentar aos 60 anos e mulheres aos 55 anos, com 15 anos de contribuição mínima para ambos.

O novo texto mantém ainda a permissão do acúmulo de pensão e aposentadoria limitado a dois salários mínimos e prevê que as contribuições sociais deixem de ficar submetidas à DRU.

Maia reconhece que haverá dificuldades na Câmara

Em entrevista à imprensa, o relator Arthur Maia reconheceu que o governo terá dificuldades em aprovar o texto e que o momento hoje é bem diferente daquele de cinco meses atrás.

“Depois de duas denúncias contra o presidente estamos retomando a reforma da Previdência. É um momento político completamente diferente de cinco meses atrás. Obviamente, depois de tantos percalços, é natural que o clima político seja mais difícil para avançar num tema tão árido e difícil”, disse.

Para conseguir aprovar uma mudança na Constituição, como é o caso da reforma da Previdência, o governo precisa do apoio de pelo menos 308 deputados, em dois turnos de votação. No jantar no Alvorada, o número de presentes chegou a cerca de 130. O PP chegou a anunciar um possível boicote ao evento, descontente com a permanência do tucano Antônio Imbassahy na Secretaria de Governo, mas recuou – vários deputados da sigla foram vistos no jantar.

Maia falou ainda da decisão de excluir da PEC todas mudanças que havia feito, e aprovadas na comissão, que envolvem o trabalhador rural. “Retiramos todos os artigos por se tratar, o trabalhador rural, de um cidadão extremamente castigado pela sua própria vida. Mora numa pequena propriedade, não tem renda fixa, não tem dia de descanso, trabalha no sábado e domingo, nunca tem direito a férias. Essa mudança vai no sentido de proteger quem tem menos.”

O relator falou também da alteração de 25 anos para 15 anos o tempo mínimo de contribuição no regime geral. “Essa era a grande crítica da oposição. Há uma argumentação, com certa razoabilidade, de que muitas pessoas, as mais pobres e que não têm emprego fixo, não conseguem contribuir mais que 15 anos. E se aposentam com 65 anos. E tem os que se aposentam antes, trabalham menos, tiveram emprego fixo e alto salário, e que estão no serviço público”, afirmou.

Sobre a equiparação do aposentado do setor público com o do privado, Maia disse que as regras de hoje geram dois tipos de brasileiros: os que ganham, os servidores, aposentadoria de R$ 33 mil, e os trabalhadores do setor privado, cujo limite de aposentadoria é de R$ 5.531.

“Não é razoável isso. Não é razoável eu, um deputado federal, ganhar R$ 33 mil, e também um procurador, um juiz ou alguém da AGU possa se aposentar com esse valor e que vocês só possam se aposentar no limite de R$ 5,3 mil. Não consigo enxergar na nossa sociedade nada mais injusto e desigual. Cria dois tipos de brasileiros”.

Economia de 60%

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que a nova reforma da Previdência representará uma economia de 60% em relação à proposta original do governo. O projeto inicial da pasta previa uma economia nos gastos com aposentadorias de pouco menos de R$ 800 bilhões em 10 anos.

Agora, se a nova Previdência for aprovada e representar 60% da original, a economia será de pouco menos de R$ 480 bilhões em uma década, ou R$ 320 bilhões a menos do que o previsto inicialmente. Segundo Meirelles, se em dez anos nada for feito, 80% de todo o orçamento estará comprometido para pagar a Previdência.