• Conheça nosso jeito de fazer contabilidade

    Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Vestibulum sit amet maximus nisl. Aliquam eu metus elit. Suspendisse euismod efficitur augue sit amet varius. Nam euismod consectetur dolor et pellentesque. Ut scelerisque auctor nisl ac lacinia. Sed dictum tincidunt nunc, et rhoncus elit

    Entenda como fazemos...

Notícia

Como fica a renda fixa com o aumento da Selic?

Estrategistas alertam para mais turbulência nos investimentos devido às incertezas no cenário interno e externo este ano

O Banco Central (BC) iniciou na semana passada o início de uma política de alta de juros, ao elevar a taxa Selic para 2,75% ao ano e prometer uma elevação da mesma magnitude na próxima reunião, nos dias 4 e 5 de maio. A perspectiva para o investimento na renda fixa melhorou, mas especialistas alertam que ainda há riscos.

As projeções do último Boletim Focus, de uma semana atrás, apontam uma inflação de 4,6% no fim do ano, e a Selic também deve ficar nesse patamar, mas já há quem fale em 6%. Ou seja, os títulos pós-fixados ficariam no zero a zero com a inflação. Mas tudo pode mudar.

"O mercado de juros futuros está precificando a Selic em 6% ao ano já, prevendo que o Banco Central vai ter que conter a alta da inflação e do dólar, acima do que prevê o consenso do BC", afirma Luis Barone, sócio-diretor da Galapagos Wealth Management.

Para o ano que vem, as incertezas são ainda maiores. No cenário interno, há preocupações quanto ao resultado fiscal e às eleições, e no exterior as taxas de juros americanas futuras estão em alta após o pacote de estímulos do governo Joe Biden, de US$ 1,9 trilhão.

"Quando se começa uma alta de juros, a dúvida de até onde vai é crítica. A taxa média de juros no Brasil nos últimos dez anos é de 10%. Apesar de ninguém esperar mais uma Selic de dois dígitos, isso nunca pode ser descartado", afirma Sandra Blanco, estrategista-chefe da Órama.

Indexados à inflação

Especialistas recomendam diversificar os investimentos. A reserva de emergência continua em títulos pós-fixados com liquidez diária, como Tesouro Selic, fundo DI com uma taxa de administração baixa e até mesmo a poupança, já que a antiga (depósitos até maio de 2012) ainda garante um bom rendimento.

Depois pode-se apostar principalmente em títulos atrelados à inflação, ou prefixados com boa rentabilidade, desde que se permaneça neles até o vencimento.

"Neste cenário, ter posições indexadas à inflação no seu portfólio não só contribui para a diversificação usual da sua carteira de investimentos como protege o poder de compra em um ambiente de maior incerteza por causa da retomada do crescimento global, da pandemia no Brasil e da política local", afirma Guilherme Dultra, diretor da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) e sócio da Evox Capital.

Para Barone, da Galapagos, o fundo DI pode ser uma boa alternativa “de espera” em situações de turbulência, porque garante liquidez. E ressalta:

"A curto prazo, a poupança tem um rendimento melhor do que o DI."

Há opções de títulos públicos com rendimento a partir de 7,5% ao ano, ou de 3,3% mais a inflação no Tesouro Direto. Mas é possível conseguir rendimentos maiores em crédito privado assegurado pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). São exemplos o Certificado de Depósito Bancário (CDB) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e Imobiliário (LCIs) — estas, isentas de Imposto de Renda.

Para quem quer mais rendimento, há opções mais arriscadas, mas sem a garantia do FGC, de até R$ 250 mil por CPF. Nesse caso, é preciso ver a qualidade do emissor do crédito.

"É possível encontrar ainda opções de títulos privados de renda fixa com melhor rentabilidade, como debêntures (títulos de dívida), CRIs e CRAs. No entanto, como esses ativos não são garantidos pelo FGC, é preciso ficar atento ao risco do emissor dos títulos, e não só à rentabilidade dos mesmos", diz Leonardo Alvarenga, Diretor da Investmind.

Fundos multimercado

"É sempre bom ter um pouco de risco na carteira, desde que controlado. A Bolsa ainda está abaixo da sua cotação pré-pandemia, de 120 mil pontos, então ainda há oportunidades", diz Pedro Barbirato Rosa, diretor de produtos do banco digital Modalmais.

Ele afirma que o ciclo de crescimento ainda não voltou e que papéis ligados a commodities têm perspectivas de valorização.

Barone, da Galapagos, aponta que é possível aplicar em juros atrelados ao IPCA, com até dois anos de prazo, porque estamos “em um momento de virada de cenário”.

Segundo os especialistas, os fundos multimercado continuam sendo a melhor recomendação, pois investem em oportunidades tanto na renda fixa quanto na variável.

"Não adianta ficar tentando adivinhar. É diversificar. Nesse sentido, é importante ter um bom fundo multimercado, que já diversifica e consegue alcançar melhores opções no mercado", afirma Sandra Blanco.